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Atitude de Conversão


Valter Luiz

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A quaresma, tempo especial de preparação para a Páscoa, acontecimento central da fé cristã, remete-nos ao valor e importância da caminhada, constância e perseverança na fé, ilustrados, nas Sagradas Escrituras, pelos quarenta anos nos quais o povo de Israel peregrinou pelo deserto até chegar à terra prometida assim como pelos quarenta dias em que Jesus jejuou e rezou no deserto, antes de iniciar sua vida púbica.

O conceito-chave da quaresma é ‘Conversão’, exercitada em três dimensões: na relação com Deus, na relação consigo mesmo e na relação com os outros. Para muitos, conversão consiste, unicamente, em movimentos mecânicos, como de um automóvel que, muda de direção, passando para o outro lado da avenida.

Sem dúvida, conversão exige a atitude decisiva de mudança, porém, muitas vezes, mudamos a direção e continuamos perdidos, justamente, porque nos falta saber, com clareza, qual o caminho a seguir. Revela-se então: conversão, mais que um ato isolado e pontual consiste em atitude permanente; mais que mudar de lado, conversão significa firmar-se, manter-se, perseverar no caminho novo.

Os que abraçam livre e responsavelmente o propósito da conversão devem ter ciência de que trilhar este caminho é absolutamente possível exige contínuo esforço. Nesse sentido, alguns princípios podem nos ajudar:

1. Abandonar-se: viver a plena entrega a Deus e Seus propósitos; permitir que Ele nos conduza, abrindo mão dos ‘eus’ e ‘meus’ que tanto nos aprisionam;
2. Buscar o alto: ter clareza da meta, do lugar onde se deve chegar, do objetivo a ser alcançado. Nos inspira o apóstolo Paulo: “Buscai as coisas do alto” (Colossenses 3,1)
3. Combater: O combate constante, sobretudo, contra os ataques de nossa própria vontade, mal-educada a guiar-se pelos próprios desejos e, consequentemente, a perder-se;
4. Paciência: como o propósito a conversão é mudança do coração e não simplesmente de uma idéia ou comportamento, ser paciente consigo mesmo é fundamental, vencendo o imediatismo;
5. Degrau por degrau: O processo de conversão é lento e, sobretudo, porque atua não apenas sobre um ou outro aspecto da vida, exige que cada degrau seja alcançado pela totalidade do ser;
6. Suportar-se: Suportar a si próprio significa, em última instância, amar-se e, por isso, aprender a conviver e superar aquilo que nos incomoda profundamente em nós mesmos;
7. Valorizar a derrota: quem busca perfeição absoluta, tem imensa dificuldade de conversão, justamente porque tem imensa dificuldade em lidar com os erros que comete. Diante das derrotas a postura adequada é a de aprendizado e não de auto-condenação;
8. Esperança: cada esforço, cada mudança, pequena ou grande, aproxima-nos do ideal, não apenas do nosso ideal, mas sim, do ideal que Deus em para nós;
9. Coragem: Mais que coragem violenta, o caminho da conversão exige ousadia, ou seja, a coragem amparada pela sensatez e sabedoria que vem da fé;
10. Não inquietar-se com o futuro: aprender a saborear a alegria de viver um dia de cada vez, intensamente, da melhor forma possível. A cada dia, as suas preocupações.


Perseveremos nesta linda caminhada de continua conversão, deixando-nos conduzir pela sabedoria que vem de Deus

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