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A Melhor Derrota.


Valter Luiz

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 A imprensa e os organismos oficiais avaliam a copa do mundo de futebol como altamente positiva, considerando, das estruturas dos estádios à receptividade dos brasileiros. Não obstante o êxito do evento, saboreamos o amargo do pior desempenho de todos os tempos de nossa seleção. A certeza da vitória deu lugar à depressão coletiva. Passado o fervor, nota-se: a copa do mundo tem muito a nos ensinar. Querer aprender é fundamental.


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1ª lição: Nem sempre quem tem os melhores possui a melhor equipe. Reunir os melhores jogadores do mundo não significa, necessariamente, ter a melhor seleção do mundo. A psicologia auxilia nesta compreensão: a junção das partes consiste numa nova realidade, numa nova configuração que não simplesmente a soma das individualidades. Desconsiderar esta verdade compromete o resultado final.


2ª lição: Ser nação, não bando. As reações dos brasileiros sugerem-nos refletir. Diante das conquistas e vitórias somos nação. No entanto, diante das derrotas, somos bando; perdemos a identidade, recaímos aos mais primitivos níveis de irracionalidade. Esta postura ecoa em todos os campos e dimensões, justificando o fato de sermos eterna colônia de exploração, massa impensante que precisa ser controlada.


3ª lição: Perder é tão possível quanto ganhar. Como explicar às crianças, inconformadas, a derrota do Brasil? Esta questão ultrapassa os gramados, evidenciando graves falhas: nossa forma de educar e formar não considera a possibilidade da derrota, imprimindo nas novas gerações que, necessariamente, sempre serão campeãs. Não educamos para o trabalho, o respeito, a paciência e a determinação. O jeitinho brasileiro já era!


4ª lição: Liderança responsável. Não obstante os resultados negativos há de se destacar a postura do então técnico da seleção, que assumiu toda responsabilidade. Bem sabemos que convocações e escalações dependem muito mais da combinação de uma série de fatores, inclusive, político-econômicos, do que a da vontade de uma única pessoa. Independente de culpa, Felipão foi responsável. Isso espanta o brasileiro.


Esta copa revelou-se a melhor de todos os tempos, sobretudo, por tornar-se ocasião especial, possibilitando-nos considerar e refletir sobre realidades que ultrapassam o esporte, elementos que, de fato, tornam um povo, verdadeiramente campeão. Que esta melhor derrota converta-se em muitas vitórias!


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  • 4 weeks later...
  • 2 weeks later...

É difícil para a maioria dos seres humanos compreender que perder é aula, é ganho como lição.

Nos dias de hoje é ainda mais dificil esta compreensão. Dado a cultura do ganhar a qualquer custo.

Excelente postagem, Valter Luiz.

 

O meu medo é do povo brasileiro perder nas urnas. Ou seria se perder nas urnas?

A compreensão predominante é o interesse imediato, infelizmente. Nunca perder agora para ganhar depois. Ganhar a qualquer custo e sempre. Quantos sabem investir? Não, se preocupam com aquela moedinha que faltou no troco ou deixam de confiar em produtos ou serviços de qualidade para perder oportunidades depois.

Querem o "passe livre" para exercer mais liberdade, mas ao mesmo tempo almejam o seu carro para ir e vir diariamente nas escassas ruas das regiões metropolitanas de nosso país, em uma equação que não fecha, nunca! Não toleram uma pequena alta da inflação, mas querem o seu bom emprego e aumento de salário. Curtem os feriados, mas não encontram ou não procuram oportunidades de aperfeiçoamento.

Será que a população está consciente em quem votar? Esse é um assunto chato, mas urge providências e clama para que não nos omitimos nas urnas dessas confusas eleições. Convido a ler mais neste tópico.

Boa semana!

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